domingo, 14 de março de 2010

MENINA FLOR E O VELHO DA MALETA

O homem e sua maleta que andavam pelas ruas
não se sabia qual era mais pesado
Ele com o peso da bebida...
ou a maleta com o peso dos destinos...
que destinos?
é um homem né? não seria apenas ujm destino?
pois é...
Mas ele guardava naquela maleta velha e marrom cheia de rasgos
Maleta que lhe servia de almofada, travesseiro e companhia...
Maleta que guardava sabe o quê?
Guardava destinos...
Um dia, ele caminhava em meio à multidão...
atordoado por escutar tantas vozes e tantos pensamentos...
"Como vou pagar minhas dívidas?"; "será que aposto na loteria essa semana?"; "Minha mulher vai me matar!"; "qual era o nome dela mesmo?"; "aii, não vai dar tempo de estudar pra prova de matemática...", "será que alguém me viu lá?"; "estou tão feliz... e ela está vindo em minha frente..."
Ele não tinha como responder a todos, era um pobre velho mulambento que não tinha a confiança daqueles...
Mas...
Ele... o Velho... o ignorado pela multidão... multidão envolta pelo vento das vaidades...
Ele tinha na maleta o destino daqueles e dos outros...
E a maleta se remexia... os destinos mudavam...
pessoas morriam... pessoas atortoavam os vivos e os mortos...
e ele disse àquela menimna que como umam flor encantada encantava quem era passível de sentir...
só para os raros ele dizia a verdade e o destino bom:
E a menina assustada estava com seu futuro... nem sabia do que se tratava... correu e se trancou no quarto... a avó e o avô lhe deram um livro, leram uma estória para acalmá-la... e ela dormiu e nem mais lembrou do velho da maleta... pensou ter sido um sonho quando escutou:
"Vai! Vai que teu caminho é longo..."

Nenhum comentário:

Postar um comentário