sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Sem medida foi o tempo inigualável...

Sem medida foi o tempo inigualável, indefinível e intocável, porque está apenas envolto em minha mente. E de lá só voa... mas não se fixa em mais nenhum ambiente melancólico ou espaço alegre e cheio de cores.
No meu quarto, laranja é a cor das 2 paredes que se olham e se questionam. Por que tão vivas em cor e sorumbáticas em sentimento?
Me chamo Margarida.
Sou amarela.
Sou incrivelmente sentimental e sentimentalista.
Tribos percorrem minhas personas. Tupinambás, Guaranis, etc. São antropofágicas. Elas me comem. Comem meu pensamento... e meu sentimento...
Converso com um uruguaio que mora na Irlanda. Já te disse que estou em frente a esta caixa preta que colocou a máquina de escrever de meu bisavô no lixo?
Ele disse, (o uruguaio) que gosta do Machado de Assis.
- Poxa!! Estou tão animada!!
Eu sou trezentos... mas ele é duzentos e cinqüenta...
É singular a nossa cumplicidade mesmo antes do cara a cara, do corpo a corpo e do olho do búfalo me hipnotizando...
É tão bom conversar contigo Atahualpa... que belo nombre que me envolve nos sonhos caóticos e desejosos de feitiço que tenho...
Hoje conversei com Félix e quase te esqueci. Ele me apresentou a parte mais fria do mundo em minutos... Em iglus estávamos a divagar, pensando nos pingüins imperadores. Eles são como nós... tem a casca dura... difícil de tocar de verdade.
Mas aí depois conversei com o William, meu rei. Ele me coroa com suas flores... Saúda-me com seus versos britânicos... Nossos versos se entrelaçam e já não sei mais uma vez quem ou o que quero...
Por que me chamas pra conversar 2 vezes por dia?
Por que me chamas para te ver 3 vezes por dia?
Por que me desejas tantas vezes por minutos?
Ainda não nos beijamos. Aii... esse beijo é tal como a caixa de leite condensado que não provo todo dia... e quando lambisco me lambuzo e me alegro tal qual meu cachorro com a minha chegada...
Atahualpa: - Oi... tudo bem Margarida?
- Olá!! Tudo ótimo!
Atahualpa: - Vamos ver uma partida de tênis mais tarde?
- Humm...
Atahualpa: - Tu disse que gostas, por isso o convite!
Hum ta certo!! Vamos sim!! Mas na vdd quero ir pruma festa nesse findi, vamos?
Atahualpa: - Claro! Combinado então! Tênis logo logo e festa no sábado...
WOW!!
Atahualpa recitou-me um poema... era de Fernando Pessoa... Na verdade era de Álvaro de Campos... mais uma persona que invade o mundo das idéias... Ai, Atahualpa...

"Ai, Margarida,
Ai, Margarida,
Se eu te desse a minha vida,
Que farias tu com ela?
— Tirava os brincos do prego,
Casava c'um homem cego
E ia morar para a Estrela.
(...)
Mas, Margarida,
Se este dar-te a minha vida
Não fosse senão poesia?
— Então, filho, nada feito.
Fica tudo sem efeito.
Nesta casa não se fia."
(POEMA DE FERNANDO PESSOA/álvaro de Campos)

Comunicado pelo Engenheiro Naval
Sr. Álvaro de Campos em estado
de inconsciência
alcoólica.

Atahualpa em mimese a Alvaro de Campos declamava a dita poesia campestre e melancólica...
Neste momento seu exatamente quem e o que quero...
Desejo apenas escutar metade dos teus versos..
A outra metade reinvento-a...
Na verdade, a reinventamos em conjunto, sentadas na floresta...
Leões à espreita... Hienas engolem o riso... Zebras nos admiram... Zebras têm sentimentos cruzados, sentimentos contraditórios lado a lado e que convivem bem...
O preto e o branco... o preto e o branco... Atahualpa lembrou de suas tribos... das canções que o embalavam ao sono... à melancolia... ao desejo...

(Conto ainda não acabado... nem sei se o acabarei um dia...)

terça-feira, 20 de outubro de 2009

(Desenho by Alisson: http://alissonaffonso.blogspot.com/)

Desenhos marcam rostos
Face to face to the mirror
Espelhos da alma?
Who is seen is who you are?
A arte de descrever
What is inside? Or...
O que é exteriorizado
Highlight what is better...
a partir do que somos em um momento
It's a point of view
É a cor que escolhes
And the smile that you decide to hide or...
O sorriso que fechado está no pensamento
Show!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A gota d’água

Essa foi a gota d’água!
Azar azar
Me leva pro mar
Sorte sorte
Coração pede corte.
Não quero a rima da gota,
Quero a água do pote!
Que água é essa?
Ela própria se define:
Pura?
Oriunda de lágrimas?
Potável?
Poluída?
A que mata a sede?
Da chuva?
Azul?
Verde?
De rio?
De lagoa... de mar... de piscina... Oceano...
Salgada?
Doce?
Amargurada?
Envenenada?
Suja?
Simplesmente H2O
Com gás? Me envenena!
Sem gás? Me entedia...
Cara? Me Poe a cara à tapa!
Barata? Sem preço?
Eu te ponho um preço!
Escassa...
Parte
Tal como um pingo é sozinha
Tal como um pingo partes para lá
E lá estás
E lá choras
E lá devoras
O quê?
.............
Cansei de gotas que se distraem com o apaixonável
Cansei de gotas individualistas que prezam apenas seu prazer
Cansei de gotas egoístas que se consideram únicas
Quero gotas que unidas sejam tal como Marx e se perguntem e façam
Quero gotas que não devorem o criador, mas sejam belas criaturas
Quero gotas as quais se desintegrem formando um balão
E deste balão voaremos pelo mundo
Gotas aladas
Gotas enlouquecidas
Após o teu não
!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

doce vida... amarga perda...

É Doce e Amargo
Sair correndo
Ver vaso que se quebra
Medrar
São fragmentos de um sofrimento
Partes de um grito
e...
O empecilho corre.
Seis e meia
Hora derradeira
Hora amarga
Encontro doce
Silencio da estrela de um olhar
Nado neste olhar
Me afogo neste olhar
Há estrelas no céu
Estrelas irmãs
Estrelas amantes
Estrelas em fuga eterna
Estrelas do mar.
Quando nasci tinhas cinco pontas.
Quando nasci escutei teu som de ondas.
Acordei-me pra vida
Mesmo em meio à escuridão...
Sobrevivi
E vivi
Estrelas de Davi
É natural te esquecer?
É febre no meu corpo
Que não se despede
E me impede
De te deixar
De me acalmar
Uma rosa em meio à guerra
Uma Lily em frente a uma Rose
Uma me traz a paz
A outra me seduz
Com sua cor branca de fim de guerra
Com seu rosa suave de carícias