quinta-feira, 22 de setembro de 2011

DOR

Clarice L. diz:
"A dor não é motivo de preocupação. Faz parte da vida animal."

Caio F. diz:

"A dor é a única emoção que não usa máscara!

Sabia só que doía, doía. Sem remédio.

Quanto é mais forte a dor que sinto, mais vivo sei que estou.

E quem disse que a dor não te faz crescer?

Respirou fundo. Morangos, mangas maduras, monóxido de carbono, pólen, jasmins nas varandas dos subúrbios, o vento jogou seus cabelos ruivos sobre a cara. Sacudiu a cabeça para afastá-los e saiu andando lenta em busca de uma rua sem carros, de uma rua com árvores, uma rua em silêncio onde pudesse caminhar devagar e sozinha até em casa. Sem pensar em nada, sem nenhuma amargura, nenhuma vaga saudade, rejeição, rancor ou melancolia. Nada por dentro e por fora além daquele quase-novembro (diria quase outubro), daquele sábado (diria daquela sexta), daquele vento, daquele céu azul, daquela não-dor, afinal."

Eu digo:
Concordo com tudo e não quero de maneira nenhuma a não-dor. Me dói saber que temos partes podres que devem ser queimadas e jogadas no lixo. Antes e depois me doeu, durante eu estava anestesiada e imaginando como seria o que estava podre em mim, agora que a ferida está aberta ainda dói, sei que a ferida pode voltar e terei que passar por tudo novamente, mas não não há remédio e muito menos melancolia, há acima de tudo a vida e os meus quereres que despertam e anseiam a cura! Ah esqueci de dizer que há anjos que são os que nos auxiliam, nos guiam, nos amam, nos dão lembranças e nos ligam.

sábado, 17 de setembro de 2011

perfume duradouro

São raras as pessoas que me fazem doer, que me fazem lembrar a humanidade que me enche e me preenche. Há três pessoas, talvez quatro. FOJ
Meus luares, minhas saudades, minhas dores no peito, um dia foram minha calma, agora eu é que neles estou calma. Talvez para eles eu seja que nem aquele perfume que do nada sentimos e que traz a distância para perto e logo após esquecemos.