quarta-feira, 9 de setembro de 2009

HOW DID I GET HERE?

Eu sou o barco que afunda...
Eu sou o barco que se afoga...
Eu sou o barco que vê imensas ondas...
Dentro de si...
Elas me alimentam com sua voracidade...
Ondas que me deixam inconsciente...
Flutuo perdida e quase morta...
Bolhas de sabão me levam pra infância...
É aí que morro...
Vejo águas vermelhas...
Vejo algas verdes...
Vejo o Sol azul...
Entristecido por não ter me aquecido
Ouço a Lua declamando um poema...
Ela está imensa...
Cada cratera é apenas sua...
Cada cratera é um verso...
-Ei !! Não pisa no meu verso...
Ele é fundo...
Mas ele sente tua insensatez...
Tua indiferença...
Profundamente...
E ele vive.
Saudade que rasga, destrói, dilacera e corrói o que é vermelho...
Fico azul... Muito azul... quase lilás... quase roxa de melancolia
Quase... quase... quase...
Muito... muito... muito...
Quero muito
Tenho pouco
Pouco que me foi tirado
Muito que me vem em sonho
Não quero mais sonhar
Quero voar
Mas asas me são cortadas...
Meu anjo que as cortou...
Ele disse:
- Ei!! Menina idiota... não vês o caminho das pedras?
E o anjo continua:
- Tens uma estrada de brilhantes verdes que se transforma em
Arco íris...
Mas eu grito, esperneio:
- não quero o pote, o ouro é amaldiçoado... quero o presente...
quero a voz da poesia que me acorda...
ou me embala pro inferno...
E a luz se vai... evanesce... esvanece...
Mas a saudade não é perecível...

sábado, 5 de setembro de 2009

LUA E VÊNUS.... FLOR EM MEIO À FOGUEIRA...

Há uma flor em meio à fogueira
Há labaredas na minha tenda
Há fogo em minha mente
Há vapor em meu coração
Me aproximo
Me distancio
Olhar que vê a alma...
Alma que está na nuvem número 9...
Estou na nuvem de número 3...
Faltam 6...
6 meses... 6 semanas...
6 dias... 6 minutos...
6 segundos... 6 faces...
E aí te reencontro...
Minha vida é reticências...
Desde que paramos...
Palavras que brincaram de se esconder...
E se perderam no espaço...
E tal como uma estrela cadente...
Elas caem... E tu vês...
E faz um pedido... Eu e as palavras
Que eram minhas...
Eu sou a LUA porque tu assim me amas
Eu sou eu e mim quando tu VÊNUS por mim
novamente dançar...

SOMEDAY

A palavra é o que menos importa
Depois que tive teu olhar
Que me seguia nos corredores da alma
Que entravam no meu sonho e eu sentia tudo...
Por que precisei tanto da palavra?
Enquanto eu tinha nosso olhar...
Eu enxergava tua alma
Eu nua me via na tua frente
Despida de palavras
Coberta de pureza
Sentimento que me faz te querer bem...
Mesmo que longe... longe...
Mas... Feliz
Tudo que sempre quis tive por outra boca...
Chorei...
Choque...
Lábios em choque...
Someday...

COBRA-CEGA... ÁGUAS COM SANGUE...

Sou uma cobra-cega
Traio frequentemente
Mas não enxergo o mal que te causo...
Serrote...
Banho a gás...
Distorço o som com o serrotear...
E o vapor me engana e cegueia...
A terra e o ar se complementam
Feijão e arroz no meu prato...
Satisfeita estou momentaneamente...
Não se traiam...
Gosto dos dois
Cada um com seu tempero...
Cada um com sua cor...
São incontáveis no meu prato...
Sou cega... Mas te vejo...
Tu vês... Mas não me enxergas...
Apenas me delicia...
A mistura do arroz e feijão...
O serrote ou o banho a gás?
Te mato ou me mataste?
Me cortas ou me afogas?
Morri
Nasci
Nas águas..
águas com sangue...

Tal como uma Sereia e um Tritão....

Água salobra
É infértil...
Vida marinha
Me tem e tem a ti
Como tem a milhares...
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Ser úmido = Ser vivo
Ser aquoso
Que não pode se fechar numa concha...
Todo prazer antecedido é por um desprazer...
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A vida de ti surge
Em ti se dissolve...
Tales de Mileto...
Me salva nas tuas ondas...
Nas tuas guelras
Olhava pro mar
e vi um peixe que brilhava
tirei uma foto com o meu olhar.
Quando tinha a câmera em minhas mãos
para o fundo fostes...
Peixe raro...
para mim apareceu...
quando resolvi mostrá-lo
te expor
te descrever...
Enfiaste a faca em mim...
Me acordei...
E Tales me abanou...
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Como uma sereia e um tritão...