quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

“Na verdade nada é uma palavra esperando tradução”


Corpo que espera o toque (não um toque)

Boca que espera um sorriso (um que se multiplique e se troque)

Dentes que pedem mordidas (mordidas inconscientes enquanto durmo)

Unhas que pedem costas e pernas (para marcar por um tempo)

Quebra-cabeça ambulante que não espera ser resolvido

Prefere e espera esperar.

No que é mEU estou EU

Eu nem é tão importante

O essencial está em mim

Eu faço digo mudo

Mim só espera a ação

A tua ação

No meu eu

Atingindo meu mim

sábado, 15 de dezembro de 2012

A gente deu nós

Cheio de nós

tal qual minha blusa

tal qual teus sapatos

Cheio de nós

tal qual um copo

tal qual uma garrafa



nós em todos lugares

nós na gravata

nós no estômago

que nem borboleta

que batem asas

e

nós no ginásio

nós nos sorrisos

nos corredores

da vida
Tem pessoas que são pratos fundos

Tem uma pessoa que foi prato raso

Mas há quem se afunde nesse prato

quando pitadas de sorrisos e de olhares

ele transborda

E à colheradas te aborvi

E à garfadas perdi partes tuas

e o que ficou pra hoje

não tem mais o tempo de ontem

mas a vontade perpetua

mas a verdade ficou pra ontem

e se perdeu no hoje


Dizem que palavras e silêncios jamais se encontram

Então ou eu falo algo

Ou silencio

Do verbo silenciar

Do verbo

Que mostra sem falar

Que demonstra quando tu escutas com os olhos

E enxergas sem nem precisar de óculos

domingo, 9 de dezembro de 2012

Multidão chega no bar...

Poucos tentam (d)essa tentação.

Prefiro o sal ao agridoce...

Tomo a ansiedade do garçom.

Expiro calafrios...


Tu me arranha a garganta

Enévoa meu olhar

que se transforma ambíguo.


És a perdição de muitos

os quais tu tenta tentar

Vê se não desvia o meu olhar

com copos cheios

prefiro as pequenas doses

cheias de ti.


Uma de ouro por favor?







(poema encomendado pela amiga Isabel :D )
Brinco de modelo vivo:

Chapéu para cobrir pensamentos

Pose para empinar o que a arte protege

Desprotegida sem chapéu

Protegida pelos traços

E a modelo viva está!

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O sorriso era lindo
Os olhos também
Mas o resto eram vestígios
que tinha que investigar
com meus olhos de leitura
que a vida me deu.

Pessoas são quebra-cabeças?
Pois creio que sim.
O mistério nem quebra a minha cabeça
mas me une à emoção
junta os meus pedaços sem noção.

Um ponto e vírgula
mancando na minha rua
Rua nova
Novo ponto e vírgula
Com velhos hábitos de mancar
Abusando da minha paciência
que só quer um ponto,
ou uma vírgula.
Eu sou nonsense
Tu és nonsense
Se as mãos se dão tenho medo
do nonsense não ficar, esperar, fugir
pra longe das mãos que se dão
e assim elas vão se abanar
e o nonsense volta a ser
tu e eu, bem distantes um do outro
Uma labareda

Dois medos profundos de se queimarem

Um lado raso que deságua em ti

Um lago profundo que se desfaz em mim

Dois sorrisos entre a água e o fogo


sábado, 22 de setembro de 2012

Quase amor?

Um quase amor que me aparece de gravata

Um quase amor que rouba meu doce

Um quase amor que sente por mim

Uma quase saudade que vai assim como vem


Ahh


Mas e os sinais?

Aceleram minhas ações

Placas de sinalização poderiam me orientar

• Vá pra lá que lá vem o doce
• Fuja
• Corra
• Pare

Perdição sem nome muito menos sobrenome

Sobre o que estamos a falar mesmo?

Ahh... o quase amor.




(Inspirado em "Acelerou" de Djavan)

sábado, 1 de setembro de 2012

Eu segurei a fera

As mãos da fera me seguraram

Mas quando eu olhei em seus olhos

A fera havia dito “Good bye”

E o moço com seu pensamento volúvel

Disse sim



O adeus mais demorado

Dentro de um olhar tão breve

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Encena

olhar que me segue
boca que te persegue

curiosidade em cena
medo na platéia






................................
rumor e palmas
quais são a ordem do momento?!

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

17 de agosto

Seria mais um aniversário teu

mas não é


Seriam mais sorrisos

Para comemorar mais vida


Seriam mais abraços

Para aconchegar a tua velhice


São lembranças e o amor que foi e fica

e vai para onde eu for

que me aconchega quando eu quero

em sonhos

na vida.

só risos


Distribuí sorrisos numa rua cheia de gente

Alguns se perderam

pois ventava na cidade

havia sorrisos dobrando as esquinas.


Distribuí sorrisos na tua rua

Alguns se encaixaram em bocas vermelhas

pois queriam se exibir.

Um deles – tu viu – e envergonhado,

o sorriso fez tua mão ir à boca e

ficar sem jeito por querer saber

a face do sorriso que o fazia sorrir



DESENHO BY VOLNI NEY
http://volniney.blogspot.com.br/2011/03/blog-post_31.html



terça-feira, 7 de agosto de 2012

a par do quê?

O número 3 é falso

Fala de mim

Zomba de mim

Com o meu consenso

Na minha cara

Mas agora esse número par

Para mim vem

Para ti vai

E nesse vem e vai

Vai o meu choro

Vem o teu abraço

Sentimento ímpar

Que o par não perdoa
"Olhar pro lado é descobrir o ouro oculto!"

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

"- Você não compreende, não consegue compreender." Caio F.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

"Você não me invade
Você me envolve
E isso me assusta
Acolher o que eu sinto é inquisidor"

POEMA DE JULIANA DE CASTRO

segunda-feira, 30 de julho de 2012

"Investigar as raízes fortalece a árvore."

Meus enleios

Abraço abraços

Beijo beijos

Vivo a vida

Presenteio meu presente

E tu?

Sentes o meu sentir?

Doas vida à minha vida?

Minha linha da vida que se enreda

Tua linha da vida que se aconchega

E se aproxima da minha

Linhas costuradas por nós mesmos

Até o fim.

Sábado a voz fala

Domingo a mente vira

Segunda as mãos tocam

E um dia o olhar vê e enxerga

No outro dia

O abraço abraça

O beijo beija

Sonho febril

O amanhã parece uma febre

E a tua prece me acalenta

Teu abraço nos aconchega

Mas meu olhar negro delira

Nossas pupilas juntas são um exagero

O amanhã é uma palavra deliciosa

Que delirantemente se desfaz

Num vento que te sopra

E acalma a tua febre

E passa ela pra mim

Num sopro de sentir

Mas falta algo

Uma vontade profunda

Uma vontade da alma

Uma vontade maior

Uma vontade igual

Ao desejo

De te cravar unhas nas costas

De te cravar meu olhar no teu

Teu pensamento no meu

Corpo e Ser

Ser e Viver

quarta-feira, 25 de julho de 2012

‎"toda vez que falta luz
O invisível nos salta aos olhos"

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Olhos abertos

Descobri tarde demais

Que meu braços cabem

No teu abraço

Na medida certa

Sem eu nem ter que medir

Só sentir


Era tarde

Mas amanhecia dentro de mim



DESENHO BY Juliana de Castro

Unhas que mais parecem um labirinto

Te surpreendo há tempos

Ferraduras esquecidas

Cascos atormentados

Surpresas advindas

Guerras sociais

Amor às causas

Amor às consequências

Desde que o resultado

Venha ao encontro

Do inesperado

Que acontece

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Aceite a felicidade

Se...

Em tempo de chuva, que chova:
Eu não largo da sua mão!
Nem que caia um raio
Eu saio sem você na imaginação.
(Djavan)


Se me cair um raio

Tu serás pra mim silêncio ou barulho?

Faíscas ou alta voltagem?

Sem certeza do sim...

sim = raio que pode ou não cair naquela figueira

Ogras e príncipes

Minha princesa é homem

Minha princesa cruza as pernas como eu deveria

Minha princesa tem uma doçura que tenta ser gentil,

que me aperta quando pretende uma carícia

Ele

que me olha como eu olho

que não me sente como eu sinto

pois apesar de sensível sou cega

sinto mas não vejo

tu me vês mas não me sentes

que sina...

que será?

Quiçá saberei antes de desaparecer...

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Tem gente que tem esse dom. Plantar e cultivar sorrisos no meu rosto. Sorrisos calmos e sorrisos exagerados, ao fim sorrisos sinceros.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

(des)fazer limites

Quando (re)conhecer tua alma

Pintarei teu olhar?

Cantarei teu olhar?

Descreverei teu olhar?

Musicarei teu olhar?


Volta das várias nuvens

Dos vários ventos

Volta a passear

na minha alma

que ao lado da tua

quero estar.

criatividade branca de papel


Tudo começou com um ----------

Há pessoas que nos dão o passado ou o futuro e outras são nossas pela eternidade – lado a lado – sentidos que não fazem sentido e assim vivemos com ele.

“holofotes nos meus olhos cegam mais do que iluminam”




quarta-feira, 13 de junho de 2012

LUCRÉCIA BÓRGIA



Te vi de relance em outras imagens

Tua vida se transpôs das palavras lidas

Acima da minha mente a imaginação

Tua vida Tuas palavras Teu olhar

Se eu te contasse uma piada tu riria?

E se tu fosse o tema da piada?



Lucrécia Bórgia!

Nunca serás um tema de uma piada

Eras assunto de luxúria e glória

Na boca daqueles homens que te adoravam

Ciúme e perversão

Envolveram tua vida

Levaram teus amores à morte

E a tua finita vida ao infinito esplendor?

DESENHO DE ALISSON AFFONSO http://alissonaffonso.blogspot.com.br/

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Inquieta não é para ser um título
tal como "Vossa Majestade"
"Vossa Excelência"
"Vossa Alteza"
Inquieta é para ser o título
de quem é mais uma plebeia.

domingo, 13 de maio de 2012

Hoje

Viver presa no presente

Com um presente a cada dia

sábado, 12 de maio de 2012

Today

It’s Time to live

There are Times I leave

What I have to leave

To live

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Every day we're alive can be a miracle.


Trecho de um filme:


- Faith is just believing in something beyond yourself,

something you can't feel, or smell, or touch,like hope orlove.


- I believe I've let that all go.


- Maybe you should try and get it back again, huh?


- But if it's too late...


- It's never too late to realize what's important in your life,

to fight for it.


- I don't know what to fight for.



Parte do script de um filme

(http://www.script-o-rama.com/movie_scripts/a3/premonition-script-transcript.html)

domingo, 6 de maio de 2012

Já revi

Já revirei

Tudo

E

Nada

De minha alma.

Nadei

Afundei-me

Ao fim respirei.

Agora

A paz me olha com um olhar de sim

sábado, 5 de maio de 2012

Por quê?

Há pessoas que atrasam o meu relógio

Há pessoas que entendem minha lógica

Raras

Assim como os relógios antigos

Tal qual os que carrego no peito


O problema não é me atrasar

A questão é me estagnar


Ando sem relógio no pulso

Além da curva

Transformando minhas perdas

Em pressas sussurradas


Na minha minha minha lógica

Minha pausa

Meu play

Meus acasos.


Minha memória volta a se mover

Tal como os ponteiros

Do teu relógio

Que horas são agora?!

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Inquietas



Pernas que cruzam

Pernas que chamam

olhares

Saias que sobem

Saia do caminho que não é meu

Venha para perto

Mas cuidado com as pernas

que oras correm

que oras passeiam

Que horas param?



DESENHO BY ALISSON AFFONSO

Tu governa o desejo
E, o desejo está só.

Tu governa o desejo
Mas, o desejo está só!

Coitado do desejo...
Preso em teu coração
Ou preso pelo cinto?

Te formato

Formato teu ato
O problema pra vocês
É quando estagnam no tempo
Acham que eu sou a mesma
E
Não se dão conta
Que vários 365 dias
Já se passaram

Beatriz


Nem conheces a divina
Muito menos a comédia
Mas és divina por seres vida
É comédia os risos e sorrisos
que trazes
e trarás
para sempre
desde já.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Pietra

E ela caminhava sorridente

Carregando um “cupcake” pelas ruas

Quando chegou em seu destino disse:

“Um doce para um doce!”

Reação errada foi a resposta.

E o corredor parecia tão longo

Até ela chegar ao seu mundo.

E seus passos se cruzaram com mais um,

Reação nula foi o que seria uma resposta.

Então ela decidiu viajar

Quando ela voltou

A resposta estava gelada

Quase petrificada

De tão congelada

Ela era tal como uma pedra

Uma pedra decorada com canela em pó

Mas

Uma

Pedra

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Água

A água é o ser mais feminino
De todos os lugares
Quando ela te toca
Tu mudas

Imagina ...

Mudar a cada instante
A cada vez que lágrimas
A cada vez que gotas de chuva
Te acham na distração da rua
Eu ligo pro mar
O som das ondas me atende
E eu do outro lado da linha
Sou a única
Que muda?

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Metamorfose


Debaixo d’água
Acima das águas

Pra quê sapatos
Por quê a bolsa?

Me transformo
Cada vez que a água me toca

Te transformo
Cada vez que te ligo

O salto é pra quem precisa
Só das alturas se fazer enxergada

A bolsa é pra quem se importa
Em manter guardados os segredos

Aqueles que a água descobre
Aqueles que no telefone te conto!


DESENHO DE VOLNI NEY
http://volniney.blogspot.com.br/

domingo, 15 de abril de 2012

Meu mal


Olhos vermelhos

Lentes vermelhas

Olhar falsificado

Olhar do mau

Maldade foge da verdade

Que nem a Lua do Sol

Que nem eu

Dos trovões

Dos raios

Que atacam

Matam

Te matam

Matam teus segredos

No final.


DESENHO DE ALISSON AFFONSO


ouvir "Troubled waters" by Cat Power
http://www.youtube.com/watch?v=u2cu_OLMSBk&feature=fvwrel

domingo, 1 de abril de 2012

Ninguém faz ninguém fazer o que esta pessoa é
Nós é que nos tornamos mais fortes
Cada vez que influenciamos mesmo sem querer
Mas também por querer
Com palavras gestos e força
Assim surgem
Brilhos nos olhares
Sorrisos que verdadeiramente sorriem
Sucesso na caminhada
Até quando tudo se recicla novamente

quinta-feira, 29 de março de 2012

Metade


Metade minha é razão
Metade minha é corpo
Metade minha é arte
Metade minha é pose
Metade minha é o que interpretas de mim
Metade minha eu não consigo mostrar
Metade minha está no salto
Metade minha está inacabada

Que a tinta não acabe!
Que o pincel acerte o traço!
Que o corpo e a razão se acertem.
Que as metades sejam sempre metades?

Eu quero passear

O que é banal?
O que é ideal?
Te ver
Passando
E continuando
A passear na vida
Comigo
É tão simples
Mas o desejo
Nos mostra
O quão complexo
Um passeio
Pode ser

quarta-feira, 28 de março de 2012

Caça ao tesouro


Tentei emoldurar tua imagem
Tentei moldar o pensamento
Mas o aroma das rosas
Mas a cor vermelha
Me perseguem
Ou melhor
Me seguem.

Estas são tuas pistas
Que me dizem sim!
Que me dão fé
E a fé me dá pistas

Achei?!


*DESENHO DE VOLNI NEY
http://volniney.blogspot.com.br/

Inoportuna

Amar mais a trama
Que o desenlace?

Viver a trama
Não querer o desenlace.
Apenas o enlace
Das tuas mãos nas minhas
Das minhas ruas nas tuas

Casualidade

E a lua me olhava
seguindo o caminho
elaestava linda
tão cheia

agora!

12 segundos

O que importa são os 12 segundos
. . . . . . . . . . .
.
Segundos de escuridão
Tudo se alegra
Se ilumina
Quando chegas
Mesmo que 12 segundos
Atrasado
Mas
A tempo
No meu
Nosso
Tempo

Calma

Qual é a idade das nossas almas mesmo?

Ready to go

Gritar tão alto
Para não escutar
Para não ver
Para lembrar
E viver

domingo, 25 de março de 2012

Quando se trata de viver
Tu tens pressa
Tu gritas
Me assusto
Às vezes só faço cara de espanto
Mas as batidas do coração
Estão equilibradas
E em compasso
Com essa tua vontade
De
Viver

sábado, 24 de março de 2012

Partida e Completa

Parte má
Parte boa
Não metade boa
Não metade má
Apenas partes
Que equilibro
Para que não abusem de minha bondade
Para que eu não fira quem não merece
Afinal quem merece?

Minhacasa
Meus desejos
Meus medos
Meus sonhos
Minhas dores
São
Meus hóspedes
Eles convivem
E eu
Vivo
Acabei de pensar

Acabei de lembrar

Que isso nunca vai acontecer

Eu nunca te verei da janela me espionando

Me observando

Eu nunca sairei na rua

E te encontrarei lá

Sentado

Me esperando

Só pra me ver

quarta-feira, 21 de março de 2012

Diga aela:

“- Longe do principal”

E ela entenderá!

Mais um dia.
Queria ter o vestido cor de mar

Assim a Lua refletiria em mim...

Ou refletiria sobre mim?
Como vai você?

- Tarde demais.

terça-feira, 20 de março de 2012

E o que será de nós dois?

Poema de Tiago Chaves Lopes

E o que será de nós dois?
Daqui pra frente sempre em frente
E o que será do amanhã?
Daqui em diante sempre à frente

Momentos, vontades, desejos,
Tudo pode na onda se perder
E a vida aquece o coração
E traz de volta tudo a superfície

Por que será que às vezes,
A gente retoma coisas do passado,
Como se tivessem sido semana passada?

Por que será que às vezes,
A gente não entende o presente,
Sabendo de tanta coisa que poderia acontecer?

E quanto ao grito que disparei,
Já há alguns anos?
E quanto às lágrimas que derrubaste,
Já há alguns minutos?

Amores, dores, calores,
Tudo pode na onda se perder
E a vida aquece a nossa mente
E reaproxima nossos lábios

Por que a gente às vezes,
Imagina tudo que poderia ser diferente
Sabendo de tanta coisa que poderia acontecer?

Por que a gente às vezes,
Vive sentimentos puros e gigantes
Como se tivessem sido semana passada?

E o que será de nós dois?
Depois de amanhã, depois?
E o que será do amanhã?
Depois do horizonte, depois?

segunda-feira, 19 de março de 2012

Lembretes

Por que não me fez ser sua?
Eu seria o que eu sou
Seria o que queres
Caminharia na estrada sozinha
Sentaria no teu colo
Correria que nem meu sangue
Tão rápido pro meu coração
Mas tudo que é rápido
Será que é breve?
Maldito ou Bendito dia que sonhei contigo?
Só depois do sonho é que acordei
Mas aí não dava mais tempo
Tempo e Coração
De mãos dadas
Entrelaçadas
Mãos que entrelaçam
Minhas mãos
Minha cintura

Não dói
Mas dói.
Entendes?

(Por) Tua Causa

Eu disse:

- Pode vir!

Tu disses:

- Não tem mais ninguém aí?

Eu disse:

- Eu estou
- Eu sou

Tu disses:

- Tu não é ninguém
- Tu não é alguém
- Tu és o Sol que queima e aquece
- Tu quase causa aquecimento global

Eu disse:

- Pra que esse violão?
- Pra que cantar assim olhando através do meu olhar?
- Logo hoje que sonhei contigo
- Logo hoje que acordei contigo sem ti

Nós pensamos

- E agora sozinhos um com o outro
- Com este barulho ensurdecedor
- Com estes gritos
- “Lá” Com tuas notas de “Sol”
- Aqui só o “Dó” pra ‘Si”

Como se faz?

Como se testa o inconsciente?
Por que tu apareces em sonhos?
Mas quando acordo é tarde.
Te disse que tenho insônia né?
Esta cretina que atrasa minha vida
Pois se a tenho não sonho
Se não sonho não te tenho

E tu perguntou se
E tu perguntou quando

E eu só entendi agora

Pra variar

Eu sou exclamação

Tu és ponto final

Horas e Ondas

Desistir
Deixar de existir
As ondas
No lugar
Das horas
Me levam
Me trazem
Para o feliz passado
Para o nebuloso futuro
Há resquícios do Novo Mundo
Há resíduos nas ondas
Que me fazem lembrar
Que minha memória
Me pertence
Mas eu não pertenço
A ninguém
- Ondas e Horas,
Me deixem!

florida

Caminho tanto
Pra buscar algo que sei que está tão perto
Caio tanto
Pra saber que tua mão me apoiará
E a macieira me olha
Suas folhas caem, mas sua copa robusta
me olha
Seus frutos caem
Uns apodrecem
Outros me saciam
Muitos morrem
Planos decolam
Planos aterrissam
Por cima da macieira
E ela florida
E ela nua
Me olha

Sweet Diamond

Hard as a diamond
I couldn’t feel it
So, that’s not real
Yes, it’s just like a picture
“- Fantasize” I said to the
Enchanting doll
Even when the sun is down
Even when your shoulders are hurt
Each choice is a dilemma
Even if it’s nonsense
I could be beside you
Don’t look back in fury
You have hair of fury
You had lips which burnt me
You had eyes which deluded me
But now I woke up from slumber
The shadows disappeared
I can see my own body and mind
Heading up to somewhere new

Sleight of hand can lead my attention away
But cannot trick me anymore

Lucille

- What’s the right word Lucille?
- Desire…?
- That’s right my dear! Desire can take you anywhere!
- Is our precious girl going to be deflowered?
- Yes.
- Why are you so cruel?
- Because I know she can go beyond the boundaries
- We’ve experienced almost the same…

- I’m really glad she came back...

CAFÉ

O café extra forte
A caixa verde
Melita
Mel
café é a essência e mel é o que adocica a minha essência

Daisy

Não quero a flor guardada dentro de um livro
Daisy, tua vida findou-se e não te avisaram
Intolerável mofo que infesta minha concentração
Daisy, um abraço te confirmaria a existência

Contos dedicados a cada um

From my heart

Eu liguei do meu coração para o teu, mas o teu estava ocupado quebrando corações alheios


A minha primeira leitora

Aquela que ao entrar no ônibus cheia de pensamentos que nem se intercalavam, mas sim brigavam e a cada lombada entravam numa paz profunda que durava segundos que para mim seriam os minutos eternos se naquele momento ela lembrasse de olhar o que tinha dentro da pasta ou da mochila... não sei onde ela os tinha guardado...

Meus ais gritavam meus emes murmuravam melancolicamente meus ésses te seduziam meus ós te surpreendiam meus érres te diziam da loucura que temos e que nos tem e que me teve desde que te vi

E assim viajavam as aliterações e as assonâncias loucas para se libertarem e se perderem mas o que houve que eles foram silenciados? Os Ais os Emes os Ésses e os Ós... principalmente os Ósss se espantavam, creio que tinham medo de perder tudo que já tinham em seu mundo cíclico e fechado...

E o sono tomou conta da minha primeira leitora

Que sono que nada... mais algumas lombadas e a chegada estava perto

E perto do fim estavam ou melhor... perto do início estavam a minha confissão

A que escrevi e que nunca leste com olhos abertos iguais aos que tens agora mas que não são meus

Tinha me esquecido dos érres, esses nem precisaram gritar, já eram insanos em seu silêncio que nem a pureza do meu amor por ti... Érres avassaladores de mim que troteavam minha alma e confundiam a tua que enxergava mas não via.

--

“criar é literalmente arrancar com esforço bruto algo informe do Kaos. Confesso que ambos me seduzem, o Kaos e o in ou disforme” (Caio F.)

sábado, 10 de março de 2012

Lembrar


Acho que eu não preciso te lembrar né?
Sempre fica algo
Algo pra buscar
(uma toalha vermelha)
Algo para falar
(arranquei as páginas do início deste século)
Algo para ver
(o nascer e o pôr do sol e as nossas imperfeições)
Em cada estação
Lembramos de algo
Ou
De alguém
antes que as estações fiquem indefiníveis
e sejam impossíveis as previsões.

Meu pensamento é
tal como uma maça dentro de um aquário
Uma maça tão bem cuidada
Que apodrece
Que vê comigo a chuva passar
Quais são mesmo as flores dessa estação?

Bye


(Desenho de Volni Ney)

Desencontro


Expectativa tão previsível
Olhar que tinha o vento
Vento que batia nas minhas mãos
Tu dizes:
- Vem logo
- Vem ver a onda
- Mas traz a sombrinha
- para te proteger daquele sol que nasce e queima
- Melhor,
- traz um guarda-chuva pra te proteger dos teus pensamentos que quase te afogam
Tu vigora dentro da onda
das ondas
a distância traria nosso amanhecer.
Ao fim,
só trouxe o vento
que nos rodeia
desde o início dos tempos.
Ao fim,
o vento só trouxe palavras
e palavras ao vento
são apenas palavras.



(DESENHO DE V.NEY http://volniney.blogspot.com/2012/02/blog-post_7508.html?spref=fb)

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Kronos

O tempo fecha-se nele mesmo
Tempo fechado
Fecho as janelas
A borboleta bate suas asas enlouquecidamente no quintal
Ela não pára
Ela não posa
Pra foto
Peço-te então para desenhá-la
Pode ser?
E a palavra tempo parece que se fecha em si mesma
O tempO

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

E esta lacuna _________________________________________________________________________

É tudo

.

Você feliz?

7:30h

19:30h

Tem horário para deixar a alegria entrar, para a diversão aparecer?
Perdi meu relógio
Meu despertador pifou
Nem meus pés na areia foram proveitosos
Será que era porque estava escuro?
Uma estrela cadente me apareceu
Não posso dizer qual foi o pedido
Mas confesso que pedi por outras pessoas melhores merecedoras
Vi estrelas
Mas não adiantou
Elas já estavam mortas
E
Eu


Viva

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Estranha perfeita


A música dela não combina com o carnaval

Os passos dela não vão pro teu caminho

Seus ouvidos se encantam

Ora é o barulho daquele que lhe ventila a dor

Ora é o ritmo que faz seu espírito levantar-se!

E o corpo briga

Mas a mente lhe mente e ganha!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Agridoce

Romeus são feitos de vinagre e sal
Romeus são aflição e sorrisos amplificados
Romeus são sonhos e desejos
Romeus são punição e realidades aumentadas
Romeus são consequentemente agridoces.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Mais simples?

Quanto mais busco versos simples,
Mais complexas as situações se tornam
Mais calafrios eu causo
Mais pactos se desformam

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Ao som de Porto Alegre de A Calcanhoto

enfim só!
com o sorvete
e alguns nem querem prová-lo
querem prová-lo
pois ele pode ser muito gelado
e aí doem os dentes
mas e para que existem os dentistas?
para que servem os dentes?
para gelarem
para doerem
(vezenquando.)
mas alguns tem medo
do sorvete
o meu preferido é o de creme com flocos
e o seu?

Depois do sorvete não sucumbi a outros vícios
Ao ritmo da graça e do encanto

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

A criação

Foi quando eu me perdi
Pois a porta estava aberta
Minhas chaves caíram em um bueiro
Pois metade de mim estava nas nuvens.

Nunca fechava portas
Até o dia em que um vendaval
Derrubou minha morada

Assim fui criada
Sem portas onde eu estava
E
Com minhas portas fechadas
Um dia Alicia
Achou que me fazia um favor
Alicia se pintou
Emudeci
Zanguei-me
E o rímel desaguou em sua face
Misturou-se às lágrimas
E ela que um dia desses
Sonhou com um vestido de noiva
Nunca mais voltou pra me ver.
Alícia, você vai ver!

Vestidos

Vestidos que se transmutam e se transfiguram
Se transformam em saias
Encurtam-se.
Encontram-se na cama
Apenas os cintos
Encontram-se no chão
Os chicotes

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Fica

(O estar de cada um)

- Por que tem que ser assim?

Eu vou continuar existindo amanhã...
e depois de manhã...
e depois e depois...
Mas e tu?
Ainda queres que eu exista amanhã?

(O ser de cada um)

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Frida Kahlo



Sempre querendo
chegar antes
divertir gentes
auto-retratar-se
alegrar-se e alegrar
intensamente
quebrada engessada
mas viva
até o fim
viva




DESENHO DE Wagner Passos - http://wagnerpassosblog.blogspot.com/

Frida Kahlo


Sempre querendo
chegar antes
divertir gentes
auto-retratar-se
alegrar-se e alegrar
intensamente
quebrada engessada
mas viva
até o fim
viva

Cartas virtuais

Cartas virtuais não podem ser rasgadas
Mas podem ser facilmente
Deletadas
Em um simples clique
Tudo se desfaz
E o que se fez
Tudo o que se fez
Desaparece
Como poderia eu te devolver
O que nem pertence a este mundo virtual?
Sou o contrário do teu silêncio
Sopro de vida
O avesso do teu barulho
Meu corpo
Teu itinerário

Palpite

Uma mistura de medo, palpite e truque
Sempre me amedronto quando a chuva vem e nem danço
Sei que persegues a paz
Mas não a procure mais
Posso até seguir um caminho mais extenso
Assim percorro o caminho nem tão veloz
Porque tenho as chaves – o molho de chaves –
que herdei – em meio a uma tragédia.
Quando chego tão perto corro, pois sinto teu cheiro
Pra que servem o chão – se este nem tem estrelas – e a porta – entreaberta – neste momento,
Se tenho apenas essas tantas chaves na palma da minha mão
Palma
cortada
chaveada
a fim de mascarar-se com luva de sangue.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Se o teu único e pequeno tesouro é uma tampinha de garrafa, deixa ser.

Se pra ti há brilho é o que importa.

O simples te ataca e emociona assim mesmo, como se fosse um dia à tarde e tu recebesse um telefonema e ouvisse:

“- Fiz uma música pra ti!”

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Insuportável calor
Te dou um ventilador
E assim
Tu
Ventilas
A
Dor
Dos meses de janeiro e fevereiro

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Simples ou complexo

Parece que nada tem valor no caminho
Nem as flores amarelas
Nem mesmo o próprio caminho
Será que apenas as grandes chamas
Será que apenas as tempestades
As nuvens cinzentas
As placas tectônicas
É que te moveriam de fato?

E com a flor amarela enfeito meu cabelo.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A cicatriz

A cicatriz fica
A cicatriz me lembra
A cicatriz é uma pele tão fina
A cicatriz é tão circular
Nada mais de dor
Eu já sequei todas as lágrimas
E as vezes acho que nem me emocionarei mais
E aí vem os anjos e dizem o que quero ouvir
E nem lembrava mais que poderia ouvir
Mas a cicatriz está lá
É a marca da vida
É a marca da fuga da morte

Vírgulas

Andei por várias vírgulas
Frágeis pontos finais
Me disseram para ser ponderada
Mas não tenho muito tempo
Tenho que me ensinar a sentir

semáforo

Penso no sinal vermelho, mas eu só quero o verde
Só quero o sinal que nem sei se é real
Mas pergunto
E tu curiosa respondes

Até quando?

Havia decidido parar de escrever e sabe o que aconteceu?

Sonho todos os dias com histórias e personagens que não conheço, situações que nunca vivenciei e há tantos detalhes. Minha mente que cria e que clama para que minhas mãos busquem a tela em branco. Não escrevi nenhuma das dezenas de histórias, não por esquecimento, mas porque a tela não estava lá quando acordei, porque não quis o lápis e a folha em branco, preferi as histórias para mim mesma.