terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Fica

(O estar de cada um)

- Por que tem que ser assim?

Eu vou continuar existindo amanhã...
e depois de manhã...
e depois e depois...
Mas e tu?
Ainda queres que eu exista amanhã?

(O ser de cada um)

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Frida Kahlo



Sempre querendo
chegar antes
divertir gentes
auto-retratar-se
alegrar-se e alegrar
intensamente
quebrada engessada
mas viva
até o fim
viva




DESENHO DE Wagner Passos - http://wagnerpassosblog.blogspot.com/

Frida Kahlo


Sempre querendo
chegar antes
divertir gentes
auto-retratar-se
alegrar-se e alegrar
intensamente
quebrada engessada
mas viva
até o fim
viva

Cartas virtuais

Cartas virtuais não podem ser rasgadas
Mas podem ser facilmente
Deletadas
Em um simples clique
Tudo se desfaz
E o que se fez
Tudo o que se fez
Desaparece
Como poderia eu te devolver
O que nem pertence a este mundo virtual?
Sou o contrário do teu silêncio
Sopro de vida
O avesso do teu barulho
Meu corpo
Teu itinerário

Palpite

Uma mistura de medo, palpite e truque
Sempre me amedronto quando a chuva vem e nem danço
Sei que persegues a paz
Mas não a procure mais
Posso até seguir um caminho mais extenso
Assim percorro o caminho nem tão veloz
Porque tenho as chaves – o molho de chaves –
que herdei – em meio a uma tragédia.
Quando chego tão perto corro, pois sinto teu cheiro
Pra que servem o chão – se este nem tem estrelas – e a porta – entreaberta – neste momento,
Se tenho apenas essas tantas chaves na palma da minha mão
Palma
cortada
chaveada
a fim de mascarar-se com luva de sangue.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Se o teu único e pequeno tesouro é uma tampinha de garrafa, deixa ser.

Se pra ti há brilho é o que importa.

O simples te ataca e emociona assim mesmo, como se fosse um dia à tarde e tu recebesse um telefonema e ouvisse:

“- Fiz uma música pra ti!”

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Insuportável calor
Te dou um ventilador
E assim
Tu
Ventilas
A
Dor
Dos meses de janeiro e fevereiro

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Simples ou complexo

Parece que nada tem valor no caminho
Nem as flores amarelas
Nem mesmo o próprio caminho
Será que apenas as grandes chamas
Será que apenas as tempestades
As nuvens cinzentas
As placas tectônicas
É que te moveriam de fato?

E com a flor amarela enfeito meu cabelo.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A cicatriz

A cicatriz fica
A cicatriz me lembra
A cicatriz é uma pele tão fina
A cicatriz é tão circular
Nada mais de dor
Eu já sequei todas as lágrimas
E as vezes acho que nem me emocionarei mais
E aí vem os anjos e dizem o que quero ouvir
E nem lembrava mais que poderia ouvir
Mas a cicatriz está lá
É a marca da vida
É a marca da fuga da morte

Vírgulas

Andei por várias vírgulas
Frágeis pontos finais
Me disseram para ser ponderada
Mas não tenho muito tempo
Tenho que me ensinar a sentir

semáforo

Penso no sinal vermelho, mas eu só quero o verde
Só quero o sinal que nem sei se é real
Mas pergunto
E tu curiosa respondes

Até quando?

Havia decidido parar de escrever e sabe o que aconteceu?

Sonho todos os dias com histórias e personagens que não conheço, situações que nunca vivenciei e há tantos detalhes. Minha mente que cria e que clama para que minhas mãos busquem a tela em branco. Não escrevi nenhuma das dezenas de histórias, não por esquecimento, mas porque a tela não estava lá quando acordei, porque não quis o lápis e a folha em branco, preferi as histórias para mim mesma.