quarta-feira, 22 de maio de 2013

A conta sempre chega. . .


Estávamos à mesa. A sós. Em meio à multidão. Um grande evento. Restaurante chiquérrimo.
1º encontro.
A comida esfria. A conversa esquenta. O papo vai e volta. Os olhos se encontram em chamas. Os lábios se olham com ternura misturada a mordidas de lábios. O pensamento se encontra: "Vamos embora?!"
O olhar olha para cima à direita e imagina como será mais tarde. O outro olhar olha pro garçom vindo em sua direção. Ele a ignora.
A conta é destinada a ele. Ele não a deixa dividir a conta.
Ela abre a bolsa, pega um espelhinho, retoca o batom e pensa: "Essa é a última vez que olhas para os meus lábios vermelhos. Você não sabe ser gentil."
Ela levanta
Ela engole
levanta e caminha em direção ao carro e engole a gentileza e aceita mais uma vez a conta que sempre chega.

Esqueci de contar, o músico no palco tocava "A história de Lily Braun" de Chico Buarque...

Nenhum comentário:

Postar um comentário