
Maria cruzava aquele bosque
João enxergava aquela estrela
Sentia uma luz viva tão poderosa
Mas ao invés de temer
Olhou-a
Tentou tocá-la...
Foi aí que se perdeu
Ela e seus receios formados por cacos de vidro
Ela e seus sorrisos puros mascarados pelos bares
Louca - em meio às suas preciosas loucuras havia sangue
Era o sangue da vida e não da morte
Ela sentia-se viva a cada talho na pele
A dor lhe dizia: “Estás viva!”
O rum vibrava dentro de sua pele
Era o alimento de sua alma
Maria trocou seu nome muitas vezes
João precisava dessas suas variações
Ele as juntava tal como pétalas de uma margarida
E desejava a personificação de uma bela rosa
Uma imaginária
Uma imaginada
Uma que não existe
“Eu sou um pouco” A chamada Cass lhe disse
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A Cass é intensa. Ou tem o corpo VIVO mesmo que magoando-se e deixando-se ser usada por tantos ou tem a alma VIVA, quando ouve um inesperado e tão esperado “Eu te amo”. Tal vivacidade e morbidez não se bateram de frente, ao contrário, elas se distanciaram, tal como Cass que decidiu afastar-se do homem mais feio da cidade, pois por mais talhos que ela tivesse no corpo, era a sua alma que sangrava e jorrava vida pelos seus poros quando ele por perto estava, e foi então que a morte aproveitou a chance e lhe disse: “És a mais bela, vem!”
E ela morreu, amou, viveu. Exatamente nesta ordem.
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