quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Poema que recebi...

Naquele canto secreto

Onde mil manadas disparavam em desatino

Onde o guerreiro se transformava num sábio

E o homem maduro num menino

Naquela sala escondida

Onde torrentes desembocavam em estrondo ensandecido

Onde os egos já não tinham cortina

A mulher culta virava odalisca

E a cortesã, uma menina

O guerreiro viu seu corpo se esvaindo

Sua alma aberta, seus segredos desnudos

Provou do doce cálice, das delícias

Da juventude que há muito se fora

Riu - e riu mais – e quase chorou

E medrou assustado

Porque tivera virado menino

Porque o sábio não sabia o que fazer

Agora que a odalisca, menina, cortesã, guerreira

Navegava uma torrente que já não desaguava

Na cachoeira estrondosa do seu dia.

E, como um sistema solar separa o coração e a mente de um homem,

Uma galáxia se interpõe entre seus corpos

E é hora de acordar.

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